O amor

  
   E o que é o amor?
  
   O que é amar?
  
   O que é ser amado?
  

   Será que o amor é fácil? Ou será difícil? Será paradoxal?

  Será que amar é só adorar? Ou será auxiliar? Será paradoxal?

  Será o amor conservador? Ou será transformador? Será paradoxal?

  Será somente emoção? Ou será interpretação? Será paradoxal?

  Será ele doação? Ou recepção? Será paradoxal?

  Será frágil? Ou será fortaleza? Será paradoxal?

  Será atividade? Ou passividade? Será paradoxal?

  Será imediato? Ou será construção? Será paradoxal?

  O que é amor? Não serão todos os paradoxos, todos os dilemas que encontras em ti mesmo?

  A dúvida e a certeza... a certeza da dúvida, a dúvida da certeza. A dança que te move deixando-te promover movimentos... Aquilo que se deixa alcançar quando já está mais adiante.

  O amor, o teu infinito movimento... O incômodo onde te acomodas, o cômodo incômodo, o incômodo que te reacomoda, e volta a te incomodar e reacomodar.

  No amor és caminho e caminhada. 

  O amor, a estabilidade da tua transformação, a ordem que te organiza e te desorganiza...

  O amor, tua luta-teu descanso, teu calmante-teu energético, tua satisfação-tua insatisfação, sim e não.

  Teu amor, teu amado, teus paradoxos...
 
  Tu, o amor, fraco e forte, abertura e fechamento, a facilidade e a dificuldade, o falso e o verdadeiro.