UM



Qualquer coisa que olhemos, para qualquer objeto que apontemos, de tudo diz-se que é...

...é o parque, é a pessoa, é a vida! Tudo é...

...mas você sabe o que é o "é"?

domingo, 16 de outubro de 2011

Morrer é Nascer

Morrer aqui é nascer lá.
Morrer lá é nascer aqui.
Morrer?
Nascer?
Quem era você ontem?
Quem será você amanhã?
O que estás fazendo nascer em ti?
O que mortificas no ser que és?
Achas que é fim na morte física?
Aí mortificas a prudência, fazes nascer a ânsia viciosa de prazeres imediatos!
Achas-te limitado, nasceu o orgulho de quem és!
Fazes nascer o comodismo, mortificas tua capacidade intrínseca de mudar e transformar, fazes nascer, em vida, sua própria morte!
Aí acreditas no que és, e não no que podes ser...
...E a vida diz-te, a toda hora, que és, sem cessar, um "poder ser".
Teus aprendizados te mostram algum fim, ou mostram maiores possibilidades de aprender?
Podes ser qualquer um, podes ser inclusive, durante muito, muito tempo, a sua própria cova.
Podes ser qualquer ser, podes não incomodar-se mais por aquilo que acreditas ser, mas que, lá no fundo, sabes que não é saudável continuar sendo.
Escolha incomodar-se, pois, se assim não o fizer, serás incômodo aos teus próximos.
Institua a morte à morte que jaz em ti, faça vento nos teus comportamentos repetitivos. 
Decrete a morte de tuas tentativas de transformar os outros, o mundo, ou qualquer coisa que não seja você mesmo. Traga-as para dentro deste teu corpo de carne, onde mora tudo aquilo que podes tratar e melhorar efetivamente.
Nasça dentro de você mesmo!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Às vezes, há uma ânsia por contar algo.
Às vezes, há tanta riqueza que vejo no simples brilhar do sol.
Há tanta riqueza no aparentemente simples conjunto de árvores que formam um bosque.
Chego à casa! E quero dizer aos irmãos desta riqueza que senti.
Vou contar, começo a imaginar as palavras...
...não as encontro.
O que irei dizer? “vi o sol brilhando”? “as árvores do bosque estavam lá”?
Não é isto! Não é isto!
Ou melhor, é isto sim, é isto mesmo, o sol brilhava, as árvores estavam lá... Eu estava lá!
O sol me viu chegar, as árvores falaram entre si da minha presença, eu estava lá.
Eu ouvi aquele silêncio sincrônico, tudo estava no seu lugar quando cheguei!
Só faltava eu, e quando cheguei, tudo se completou!
Apresentou-se a fartura inefável e, agora, palavras soam grosseiras e vis para esta comunhão a que fui convidado.
Ademais, os irmãos... Ah os irmãos, tão ocupados...