UM



Qualquer coisa que olhemos, para qualquer objeto que apontemos, de tudo diz-se que é...

...é o parque, é a pessoa, é a vida! Tudo é...

...mas você sabe o que é o "é"?

segunda-feira, 12 de março de 2012

Teu casamento

   Dentre tuas paisagens íntimas e o dito mundo externo, existem dinâmicas, correntes que casam o segredo do que pensas com o que percebes deste mundo público onde enxergamos uns os outros.
  
   Tais correntes se discriminam nisto que chamamos de sentimentos ou emoções... estes, não são exatamente secretos, e nem públicos, são ambos.

   E aí acontece algo curioso e, mesmo, paradoxal... porque muitas vezes, ou todas as vezes, é difícil olhar pra estes sentimentos, preferimos mesmo não olhá-los, nem mesmo quando eles são bons sentimentos.

   Diante disto, um sentimento pode tornar-se secreto até mesmo para aquele que o sente e o tem agora, mas, neste mesmo momento, pode ser que os outros enxerguem esta emoção que está a animar as atitudes deste irmão humano. Fala nosso irmão com justificativas pra suas visões pensantes, mas já podemos perceber que não exatamente estas justificativas a real justificativa pra estas suas visões, pra suas atitudes públicas... sua fala, seus olhos, seus movimentos corporais, seus modos de lidar com os objetos... tudo já está impregnado daquela emoção, mas sua mente teima em não admiti-lo, falando-lhe de razões externas pra aquilo que ele sente intimamente.

  Às vezes assim é, nos mantemos num quarto bastante escuro na intmidade enquanto olhamos pra as luzes do mundo público, culpando-as por esta sombra em que estamos a olhar este mesmo mundo externo... até poderemos ter certa razão nas nossas atribuições de responsabilidades aos outros por aquilo que nós mesmos estamos sentindo, mas, aí, esquecemos de admitir que foi nós mesmos que reagimos com tais pensamentos, indo, finalmente, por nossa própria conta, parar nesta sombra sentimental.

   Há também aquelas situações em que bons sentimentos, luminosos, nos animam os pensamentos, mas nos pegamos sem as ferramentas comportamentais pra torná-los públicos, apenas sentimos nosso pensar, esperançoso, ir longe a integrar os seres todos... rezamos, mas torná-los públicos envolve algo mais árduo, envolve a timidez, a vergonha que pode surgir ao pautarmos, com efetividade, nossas atitudes nestes bons sentimentos, envolve o pudor silencioso por que envolvemos uns os outros, envolve pois, que quebremos esta barreira de "normalidade".

   Com os bons sentimentos, quando eles são segredos somente para os outros, o movimento que temos que realizar é a efetiva responsabilização dos outros por eles, os quais aparecem animando-nos o íntimo, pois que, afinal, eles não surgiriam se não houvessem os outros, eles surgem em nós como um modo de olhar mentalmente este mundo público, como um modo de olhar para as infinitas e transformadoras possibilidades que moram latentes na nossa presença pública uns juntos dos outros.

   Bom é quando conseguimos tornar público pra nós e pra os outros todos nossos sentimentos, sejam eles sombrios ou luminosos... É quando cultivamos sinceridade, é quando cultivamo-nos transparentes, transparentes mesmo na opacidade sombria de certos sentimentos...

   ...sinceridade...quando conseguiremos olhar lúcido acerca do que realmente somos e podemos...quando então, estaremos realmente nos respeitando tanto íntima, quanto externamente, no segredo e na pubilicidade que Igualmente somos.      

quinta-feira, 8 de março de 2012

A cultura humana de hoje suscita temor daquilo que, justamente, deveríamos adorar...
 ...adorar a mudança, a possibilidade de fazer e ser diferente...
 ...adorar a indefinição que todos somos...
 ...adorar mais a dúvida que a certeza...

A história nos conta que seremos a história, parte da história de amanhã... 
...engraçado!!, tenho a percepção de que tudo já aconteceu, não me percebo como construtor desta história humana, não percebo nós como o topo desta história inacabável.
 Eis um traço desta nossa cultura de certezas, de respostas, nossa cultura em que acreditamos que está tudo acabado.

 Se tememos algo que está em nós, que é nós, então algo não está acabado... Basta que entremos com um vela acesa neste quarto escuro, basta que falemos sobre esta...
...esta possibilidade infinita de mudar e transformar, e sobre esta nossa dificuldade e, até, teimosia em permanecermos nos cômodos lugares que nos acinzentam o olhar e nos tornam seres de pouca fé no porvir...

 ...até o porvir...

 

quarta-feira, 7 de março de 2012

As velocidades...

 Por vezes, ou muitas vezes, estamos operando numa velocidade mental-emocional maior do que a efetiva velocidade de acontecimento das coisas no mundo social e material.

 Isto nos gera a, hodiernamente, bem conhecida ânsia, angustia.

 É importante que finquemos raízes na lenta mas implacável velocidade da natureza que nos tem, aí não nos pegaremos soltos num "nada" volátil, típico de quando estamos angustiados com a sólida lentidão do tudo que existe.

Acalmemo-nos...

terça-feira, 6 de março de 2012

TU deves não dever!

Você tudo deves!
Mas aquele ao qual tu deves tudo que tens e que és, este te faz livre...
... por isso, você nada deves!
Te disponhas na devoção deste que te fez viver nesta liberdade silenciosa!
Se o negares, como é bem corriqueiro dentre nós de hoje (6 de março de 2012), criarás livremente tuas prisões, e acreditarás dever muitas coisas que, à rigor, não deves!

Você tudo deves àquele que te deu a liberdade...
...liberdade de estipular qualquer dever que seja, no teu exercício desta inefável liberdade.
Pergunta a ele pois, o que deve ser o teu dever!