UM



Qualquer coisa que olhemos, para qualquer objeto que apontemos, de tudo diz-se que é...

...é o parque, é a pessoa, é a vida! Tudo é...

...mas você sabe o que é o "é"?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Esquecimento

   Por vezes escapo da vida...
   ...mas ela nunca escapa de mim!
   Por vezes vivo sem notar que vivo.
   Eis a minha inconsciência, a desatenção...

   Me lembro da atividade que mais gosto de fazer, estou inteiro lá, completamente atento às nuances que a envolvem, sou mestre nela!
   Me lembro quantas coisas na vida que disse que eram chatas, queria mesmo é que acabassemm logo...
   Mas a vida nunca esquece de mim, eu é que menosprezo algumas de suas ondas...
   Por isso, não pratico a vida ainda, pratico partes da vida.
   Por mim e para mim a vida aparece, mas eu nego algumas das paisagens que vivo, por isso, não alcanço saber o que é a vida efetivamente...
   ...ela, pois, é que sabe quem eu sou, eu não!
  
Nestes tempos, há uma pressa diante dos dias úteis, todos correm, a maioria olha à frente, poucos olham aos lados.

Mas o que há à frente? Há um stress, um desgaste contínuo nessa massa apressada, há brigas dentre os irmãos apressados. Todos olham à frente. Mas parece que cada qual está vendo algo diferente à sua frente.

E quando estas rotas humanas cortam umas às outras, e estes irmãos então, se encontram no meio de seus caminhos que os levam para aquilo que cada qual persegue presentemente, enxergam-se como obstáculos a atrapalhar um ao outro. Xingam-se portanto. 

Estranhamente, quando finalmente alcançam aquilo que vislumbravam à frente, revelam que o que perseguiam era um prazer fugaz, um breve suspiro relaxado que, logo acabando, os devolvem à rota estressante forçando-os a elegerem outro desejo para perseguirem. Os devolvem à rota do dever e da obrigação, as penas que os estressam e os justificam a busca de uma ilha de gozo que logo começa a submergir, no velho mar da atribulação, tão logo cheguem nela para respirar e descansar.

Há uma visão diferente! Aquela que une a disciplina que exige-nos o trabalho, com o prazer que buscamos em qualquer objeto do imediato gozo material. Aquela que permite-nos olhar a todos os lados, porque em todos eles mora inalterado o nosso "à frente". Aquela visão que põe a vontade que nos compete num desejo tão longínqüo quanto dure nossas próprias vidas, mas que, em simultâneo, vai se concretizando à cada pequeno movimento que fizemos nesta direção.

   Esta visão brota de você... mas ela leva você a um "à frente" em que você enxerga a todos os outros, e todos os outros que desabrocham, também o enxergam.