UM



Qualquer coisa que olhemos, para qualquer objeto que apontemos, de tudo diz-se que é...

...é o parque, é a pessoa, é a vida! Tudo é...

...mas você sabe o que é o "é"?

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Um papel do filósofo...


Talvez, eis aqui uma tarefa do filósofo: fantasiar de normal o fantástico do viver, do vivido, da vida.

Normalizar o que a vida mostra, sempre "fronteiriza" as coisas do viver, de modo que sempre fica não "coisificado", não dito, não previsto, fatos que a vida mostra ao vivente. Eis o fantástico, o estranho e mais tudo aquilo que deixa clara a incompletude de nossas criadas explicações. 
Eis o que as explicações fazem: reiterar o nosso "sentir-se seguro" neste vivo Lugar em que vivemos, O qual, enquanto tal, vive atravessando o fantástico por dentre estas explicações pelas quais, Nele, afirmamos o que é normal, assentamento de nossa segurança. Com isso, este vivo Terreno segue ensinando-nos, incansável, a plena segurança, a dizer-nos da fantasia de nossa criada seguridade: as explicações e suas previsões.
Este Lugar em que tornamo-nos quem somos, por sua viva dinâmica permeada de imprevistos e sobressaltos que, à despeito de nossas previsões, persistem e persistem, nos suscita, permanentemente: já estás seguro meu filho, sempre estarás, antes mesmo de tu arregimentares tuas explicações, antes mesmo da tua imediata vida aqui, eu já gestava todo este arranjo que viabiliza, agora mesmo, a tua vida meu querido, utiliza sim as tuas explicações, não há problemas, mas lembra-te sempre que elas só foram, são e serão possíveis porque já estás, vivo, metido na minha maravilhosa e desafiadora dinâmica, podes sempre me perguntar "o que devo fazer" diante dos imprevistos que lhe surjam, sou teu cúmplice nesta saga bonita, já estás seguro, nunca estás só, fale comigo, confia mais, muito mais, em mim que te permito a vida, do que nas tuas explicações que só são o que são porque se assentam e funcionam no palco vivo que és.