UM



Qualquer coisa que olhemos, para qualquer objeto que apontemos, de tudo diz-se que é...

...é o parque, é a pessoa, é a vida! Tudo é...

...mas você sabe o que é o "é"?

domingo, 21 de outubro de 2012

Tributo à filosofia


 Eis uma bacia!
 Mas o que é uma bacia?

Bacia é um recipiente onde normalmente se põe água e outra coisa, para fins higiênicos.
 Xiii... complicou. Mas o que vem a ser um recipiente, e normal, e o ato de pôr, o que é água, e essa outra coisa, o que é um fim, e o que é essa tal higiene?

 Bacia ainda pode ser de plástico, ou de algum metal, até de madeira já vi!
 Ok! Mas, o que é plástico, metal, e madeira!?

 Bacia, eis algo produzido pelos seres humanos.
 Tah, e o que é ser humano?

 Recipiente é um lugar onde se põe coisas outras. Normal é fazer o que é feito pela maioria. O ato de pôr é acomodar algo em outro algo, talvez. Água é o líquido da vida, sem ela nós humanos não poderíamos ser, nem mesmo todos os demais animais e vegetais, até as pedras tem ela presente. Outra coisa, naquele contexto, pode ser um produto de limpeza, alvejante talvez. Fim pode ser muitas coisas, por exemplo: quando em um livro chega-se na última página e já não se encontra mais palavras para serem lidas, eis o fim daquele arranjo de palavras e ideias. Higiene é manter-se limpo, corriqueiramente, limpo fisicamente. Plástico é um derivado do petróleo, o qual é o produto milenar dos inumeráveis corpos orgânicos decompostos ao longo das eras Terrestres. Metal é tipo de um derivado mineral, ou uma categoria dos elementos químicos. Madeira podemos dizer do corpo mortificado daqueles magníficos vegetais: as árvores. Ser humano, grande desafio é responder por isto, nós somos seres humanos, muitas respostas existem, talvez, esta, a grande pergunta que nos ronda a todo tempo, "quem somos nós", "quem sou eu"; arrisco algo: ser humano é ser a grandiosa expressão do seio natural da Terra, é ser o olho da natureza pra si mesma!
 hmm...gostei de sua última resposta. Não posso condenar suas respostas quaisquer, todas soam sensatas. Mas não é exatamente isto que te suscito, pois que o que tu gerou foi somente outras e outras palavras, e eu poderia seguir te perguntando acerca de todas elas. Por certo que imagino algo pra cada uma destas palavras que tu usaste, mas poderíamos tentar defini-las todas, mas mais e mais outras nos surgiriam e isto faria-nos entrar em jogo sem fim, percebes?
 Sim. Que queres dizer?
 Quero levá-lo à sorte de que se ocupa a filosofia. No dia-a-dia, ordinariamente, não temos dúvida do que dizemos uns aos outros pelo uso das palavras. No exercício filosófico percebemos, no entanto, que elas nada signficam em si mesmas. Sou eu, e é tu, e todos os demais seres humanos, os sustentáculos absolutos que vigoram de significados tais palavreados.
 Sim, é assim, e daí?
 Daí que cada palavra, saindo de minha boca e entrando dentro do que quer que você, um irmão humano, seja, aí ela é acolhida e entendida de forma distinta do modo como eu a entendo, entendimento meu em virtude do qual eu a trago, portanto, até você.
 E nós, no calor dos dias e da normalidade, tentando achar verdades por através disto que temos para nos comunicar: as palavras. E quantas brigas e, mesmo, guerras já saíram em nome de acreditadas certezas que, quer queiramos ou não, vieram destas vias incertas de nosso frenético palavrear. Não é?!